SAÚDE E EDUCAÇÃO

Audiência discute promoção da saúde auditiva em escolas da capital

Foi debatido o uso consciente de fones de ouvido, para limitar o volume de aparelhos de som

terça-feira, 3 Junho, 2014 - 00:00
Foi debatido o uso consciente de fones de ouvido, para limitar o volume de aparelhos de som

Foi debatido o uso consciente de fones de ouvido, para limitar o volume de aparelhos de som

Em audiência pública realizada, nesta terça-feira (3/6), pela Comissão de Saúde e Saneamento, foi debatida a viabilidade de implantação de projeto de autoria do vereador Marcelo Aro (PHS), que acaba de ser protocolado na Câmara, e que determina a implantação do Programa Educativo “Saúde Auditiva”. O projeto visa a promoção e prevenção de agravos auditivos em escolas da educação infantil e do ensino fundamental.

“O problema tem que ser discutido com o Poder Público, pois traz consequências para o Município, o Estado e o país”, ressaltou o vereador Marcelo Aro, que requereu a audiência.

Uso inadequado de aparelhos

A fonoaudióloga Karla Neves informou que é crescente a perda auditiva entre crianças e adolescentes, induzida pela má utilização de aparelhos como fones. Segundo ela, esses alunos ouvem músicas em alto volume e por horas seguidas nesses aparelhos, que emitem de 75 a 90 decibéis e cujo som é intenso e sem distorções. Desta forma, a fonoaudióloga defendeu a conscientização desses jovens nas escolas, para o uso de fones de ouvido, a fim de limitar o volume do som.

Foi ressaltado, ainda, que a perda auditiva entre esses estudantes pode ser comparada à situação enfrentada por funcionários da Indústria, podendo ocasionar, ainda, o aumento do desemprego, ao constatar-se o problema em exames admissionais. “O som em alto volume pode provocar alteração metabólica e incidência de zumbidos em alunos de 11 a 16 anos” salientou.

Análise de impacto e necessidade

De acordo com a gerente de Assistência da Secretaria Municipal de Governo, Maria Luísa Fernandes Toestes, o Sistema Único de Saúde (SUS) observa o princípio da equidade e é necessária, para a avaliação auditiva, uma análise técnica e de impacto. Ela afirmou, ainda, que, no Município, a saúde auditiva é optativa e que, hoje, a maior incidência de surdez é em casos de otite média ou neonatais.

Segundo a coordenadora de Projetos Especiais de Educação da Secretaria Municipal de Educação e do Programa Saúde na Escola, Ludimilla Soares, a avaliação auditiva apresenta limitações e restrições e o projeto demanda planejamento, exigindo a compra de materiais, equipamentos e reestruturação do quadro de pessoal.

Ações municipais

Conforme relatou o fonoaudiólogo, que é, também, referência na Junta Reguladora de Saúde Auditiva de Belo Horizonte, Raimundo de Oliveira Neto, o Município tem um projeto alinhado à proposta apresentada. Em Belo Horizonte, seis maternidades realizam triagem auditiva preventiva, com diagnóstico feito por equipe multidisciplinar. O Município conta, também, com três serviços de atenção à Saúde Auditiva e com dois serviços de reabilitação.

Segundo Gabriela Cintra Januário, do Conselho Regional de Fonoaudiologia, uma lei federal e uma lei estadual determinam a realização de triagem auditiva neonatal, mas, para ela, a legislação não basta, sendo necessária uma definição de recursos e competências.

Equipe multidisciplinar

Conforme informou a enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde, Karine Marques, uma equipe interdisciplinar realiza reuniões às segundas e terças-feiras do mês, na Secretaria Municipal de Educação, estando, a próxima, agendada para o dia 7 de junho.

Deliberou-se, na audiência, pela criação de uma câmara intersetorial, composta por profissionais da Saúde e da Educação, do Município e do Estado. Também foi acordada a realização de nova reunião, para uma apresentação mais detalhada do projeto.

Assista aqui a reunião na íntegra. 

Superintendência de Comunicação Institucional